O Outubro Rosa, campanha internacional dedicada ao cancro da mama, estende-se também aos animais de companhia. Dados apresentados pelo médico veterinário Francis Flosi indicam que até 50 % das cadelas não esterilizadas podem desenvolver tumores mamários ao longo da vida. Entre as gatas, cerca de 85 % dos casos registados são malignos.
Castração antes do primeiro cio reduz risco
De acordo com Flosi, que dirige a Faculdade de Medicina Veterinária Qualittas, a esterilização antes do primeiro cio diminui de forma significativa a probabilidade de aparecimento de tumores. O especialista sublinha que a remoção dos ovários e do útero elimina a influência hormonal responsável por grande parte dos tumores mamários nas fêmeas.
Diagnóstico precoce melhora prognóstico
O rastreio regular realizado por tutores e veterinários é considerado determinante para o desfecho clínico. Pequenos nódulos identificados nos estágios iniciais podem ser removidos com maior segurança, aumentando a taxa de sobrevivência. Flosi recomenda que os tutores façam inspeções tácteis periódicas nas cadeias mamárias e agendem consultas de rotina para confirmar qualquer alteração.
Formação contínua em oncologia veterinária
A campanha alerta igualmente para a necessidade de atualização profissional. Segundo Flosi, a evolução da Medicina Veterinária exige especializações em oncologia, diagnóstico por imagem e clínica médica, áreas que contribuem para diagnósticos mais rigorosos e planos terapêuticos adequados. O médico lembra que os tutores esperam um nível de cuidado comparável ao da saúde humana, o que implica formação académica sólida e reciclagem frequente dos profissionais.

Imagem: canaldopet.ig.com.br
Combinando prevenção por meio da castração, vigilância regular e capacitação técnica, o Outubro Rosa Pet procura reduzir a incidência e a mortalidade associadas ao cancro mamário em cadelas e gatas.